Acordar cedo, trancar-se no quarto e ficar debruçado sobre os livros até a noite, por meses a fio, sem tempo para lazer ou amigos. Você se identifica? Talvez essa seja a sua rotina atualmente. No entanto, muitas pessoas esquecem que o cérebro é uma parte do corpo, tal qual o coração ou fígado e acabam descuidado do seu bem-estar físico e mental, o que prejudica o desempenho cognitivo e, consequentemente, diminui as chances de você reter o conteúdo e aprender mais e melhor.
Só é possível aprender rápido, e bem, se o seu organismo estiver bem alimentado, hidratado, descansado e saudável como um todo. A parte mais negligenciada desse autocuidado costuma ser o sono, fundamental para a eliminação de toxinas e para a fixação das memórias.
Confira a seguir algumas técnicas recomendadas pela neurociência para acelerar o seu aprendizado:
1. Busque atrelar emoções ao estudo
Muita gente supõe que tudo que diz respeito aos estudos é racional. Mas não é: a memorização é uma equação complexa em que a chamada “valência emocional” influi de forma decisiva. De forma simplificada, se você associa uma certa informação a um sentimento positivo, como a alegria, o seu cérebro será capaz de retomá-la mais facilmente no futuro.
Você, com certeza, já teve um professor que contava piadas ou fazia associações engraçadas sobre o conteúdo das aulas, não é? E, provavelmente, essa aula era a sua favorita ou a que você se saia melhor nas notas e trabalhos. Isso acontece porque o humor é um canal de acesso fácil às emoções. O medo, a raiva, a tristeza e outros sentimentos negativos, por outro lado, atuam na direção contrária e condicionam uma aprendizagem de baixa qualidade.
Quanto mais você atribuir significado emocional a um certo conhecimento, mais chances terá de guardá-lo para sempre. E não apenas isso: mais motivação você terá para persistir nos estudos. Para agilizar o aprendizado, você precisa estar realmente motivado; e, para estar motivado, você precisa genuinamente ter a intenção de aprender.
2. Não exercite apenas o cérebro
Quem vai pensar em academia quando tem uma pilha de livros para estudar? Fazer atividade física pode parecer inútil nesse momento, mas não é. Buscar atividade física faz o cérebro funcionar melhor, já que todo o corpo fica mais saudável e bem regulado. Até os processos afetivos, ligados à motivação, podem ser beneficiados com natação, corrida, caminhada ou outras práticas esportivas.
Além disso, esse tipo de atividade ajuda a liberar o estresse da rotina, que prejudica a aprendizagem. Lazer, repouso e convívio social também precisam ter algum espaço na sua agenda, pela mesma razão.
3. Descubra o seu estilo de aprender
Que fique claro, não existe uma única forma de aprender. Por isso, não adianta insistir em métodos que claramente não estão surtindo efeito. Se você sente que o seu estudo só está produzindo cansaço, é fundamental experimentar diversas técnicas e adotar aquela que funciona melhor para você.
Se você não tem um hábito de leitura consistente, por exemplo, ler não será uma boa forma de estudo para você. Nesse caso, experimente gravar áudios, assistir a vídeos, desenhar mapas mentais, enfim, buscar instrumentos adequados ao seu funcionamento.
4. Elimine os “ralos” de atenção
O aprendizado se torna lento e irregular se você divide seu foco entre diversos estímulos enquanto está estudando, como mensagens nas redes sociais, notificações do celular, ruídos que vêm da rua, pessoas que chegam para conversar.
As interrupções não-programadas têm um efeito devastador sobre o aprendizado. Quando você não está inteiramente concentrado naquilo, você está dizendo para o seu cérebro que aquela informação não é tão importante para você, e é provável que ela acabe sendo descartada.
Para otimizar os seus estudos, e evitar o cansaço de retomar várias vezes o fio da meada, a dica é buscar um local de estudos isolado e silencioso, e desligar todo o seu contato com a tecnologia. Você pode programar alguns intervalos para levantar, tomar um café, checar o celular e conversar com alguém. Nos blocos de tempo dedicados ao estudo, porém, é preciso eliminar radicalmente qualquer possível fonte de distração.